Produtos Orgânicos São Superestimado?

Produtos Orgânicos São Superestimado?

Não quero brigas, discussões e nem começar uma guerra santa. Há muito tempo venho adiando abordar este tema, pois existe uma grande possibilidade de ser mal interpretado, como já aconteceu. E por que irei mostrar algumas realidades que os defensores mais xiitas não querem ver (por vontade própria, falta de conhecimento ou por mero desespero). Entretanto, nos últimos dias alguns fatores aconteceram que deram o empurrão para que o texto ganhasse forma. Vamos lá!

Legislação

No Brasil, a regulamentação de produção orgânica possui a Lei nº 10.831 (23/12/2003) e o Decreto nº 6.323 (27/12/2007) que regulamenta a lei.

Nos dois documentos está, principalmente no decreto, descrito tudo que uma empresa e afins precisa seguir para que seus produtos sejam orgânicos.

O primeiro parágrafo da lei tem nove itens que descreve o sistema de produção orgânica:

§ 1o A finalidade de um sistema de produção orgânico é:
I – a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais;
II – a preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas modificados em que se insere o sistema de produção;
III – incrementar a atividade biológica do solo;
IV – promover um uso saudável do solo, da água e do ar, e reduzir ao mínimo todas as formas de contaminação desses elementos que possam resultar das práticas agrícolas;
V – manter ou incrementar a fertilidade do solo a longo prazo;
VI – a reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos não-renováveis;
VII – basear-se em recursos renováveis e em sistemas agrícolas organizados localmente;
VIII – incentivar a integração entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva e de consumo de produtos orgânicos e a regionalização da produção e comércio desses produtos;
IX – manipular os produtos agrícolas com base no uso de métodos de elaboração cuidadosos, com o propósito de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas.

Como pode ser lido, essas são as finalidades que não devem ser confundidas com as obrigações exigidas para que a produção seja enquadrada como orgânica.

Qual é o Ponto X?

O que realmente me deixa consternado é a falsa propaganda e preocupação feita em torno dos orgânicos e não estou nem me referindo sobre os valores nutricionais e afins. Muitas instituições e pessoas querem vender a ideia que se é orgânico o produto já é sustentável, sem falar de quererem passar a imagem de boas para o planeta.

Não entra (tanto) no assunto, porém, depois que essa moda verde entrou em voga muitas empresas (ONG, governos e afins) começaram a fazer (e ainda fazem) o chamado greenwashing que a nada mais é do que: propagar que possuem uma gestão ambiental em prol do planeta, mas na realidade fazem justamente o contrário.

Canso de dizer que empresas são pessoas jurídicas. Ou seja, não são boas ou ruins, apenas seguem o mercado. Elas não acordaram um belo dia e pensaram: “Oh, nossa! Vamos investir em orgânicos e nos tornar sustentáveis!” É tudo pensando, analisado e seguindo tendências do mercado. Traduzindo, investir nesse segmento seria vantajoso financeiramente falando. Não sou nada contra isso, pelo contrário. Seguir as regras da competitividade faz as empresas crescerem. Entretanto, o que não gosto é de informações deturpadas e meias verdades.

Que fique bem claro, não sou contra produção orgânica e/ou sustentável. Muito pelo contrário (por mais que alguns autores indiquem que esse sistema não dará conta de produzir alimento para a população mundial, caso não seja feito um controle neonatal, mas isso é outro assunto). Poucas pessoas sabem, mas minha pós-gradução é em Meio Ambiente tendo como base a visão administrativa e empresarial. Então, essa minha visão um tanto quanto realista e cética de instituições tem seus motivos.

Por exemplo, o certificado ISO 14000 que abrange a Gestão Ambiental da empresa não é nada bolinho. Pensa uma instituição de porte médio-acima ou multinacional adequar todos seus processos para que fiquem dentro dos parâmetros do ISO? De graça que não vai sair, terá um investimento (custo) que a organização espera recuperar de alguma maneira. Isso claro, se a empresa quer fazer tudo regularmente. Se ela faz o greenwashing ela está pouco se importando para isso.

Ah, mas não é bem assim…

Não? Na matéria “It’s Organic, but Does That Mean It’s Safer?” (03/03/2009) do New York Times mostra que sim.

“But many people who pay as much as 50 percent more for organic food think it ought to be.”
(Mas muitas pessoas que pagam 50% mais caro em produtos orgânicos pensam que deveriam ser)
— New York Times

Na época, ocorreu um problema sanitário com produtos a base de amendoim contaminados por Salmonella sp. que possuíam selo de orgânicos. Óbvio que a regulamentação de orgânicos não é relacionado com inspeção sanitária, porém independente da classificação que o produto receba, o mínimo que se espera, é que sejam seguros, não? Porém, existem pessoas que acreditam que o fato de serem orgânicos seriam mais seguros em relação a contaminação.

A matéria segue dizendo que uma certificadora privada demorou vários meses até recomendar ao USDA (Departamento de Agricultura do Estados Unidos) para retirar a certificação de um empresa. E o que mais choca, só o fizeram após um grande recall de produtos.

Outro ponto importante que muita gente procura é: alimentos produzidos localmente, carnes em que os animais foram “felizes” (tratados humanamente) ou num sistema socioeconômico justo. Mas a etiqueta orgânica não significada isso.

“Some shoppers want food that was grown locally, harvested from animals that were treated humanely or produced by workers who were paid a fair wage. The organic label doesn’t mean any of that”
— New York Times

Um produto orgânico vindo da Europa, EUA ou de qualquer outra parte do mundo se seguirem o que a legislação brasileira pede, podem ser qualificados como orgânicos. Mas não é local e vai saber se o sistema de produção foi justo. E será que foi sustentável? Qual foi a pegada de carbono para o produto chegar até aqui? Queimou combustível fossil? A empresa para compensar comprou créditos em carbono? As perguntas são infinitas.

Confesso que não tenho ideia de como funciona o sistema de inspeção americana quanto a parte de higiene, entretanto, ano passado e neste aconteceram tanto recall de comida que eu fico bem alarmado. Aqui no Brasil, não acontece tanto assim… para dizer bem a verdade, eu não lembro de nenhum recentemente. Só não sei se isso é bom ou ruim…

Valores nutricionais

Existem vários trabalhos mostrando que em relação aos nutrientes não existe um ganho significativo. E ao contrário de algumas pessoas não considero artigos científicos inúteis (e graças a eles que certas pessoas tem trabalho, e nem estou falando de mim).

Aconteceu um certo bafafa em torno de uma cartilha (ou O Olho do Consumidor) sobre orgânicos do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) dizendo que havia uma liminar de uma empresa proibindo a distribuição. E tudo não passou de boatos e mentiras. Tudo bem que, para mim, o texto da cartilha é um pouco tendencioso e alguns pontos levantados podem ser considerados subjetivos. Apenas mostra o lado do pequeno agricultor. Mas quem sou eu mesmo? hahahahah

Por que toquei neste assunto? Como a Kate (Accidental Hedonist, saiu do ar) diz em “Missing the Point on Organic Food” quem entende o conceito geral de produção orgânica não está lá muito interessado no fator nutricional em si, mas no manejo que o produto foi concebido.

Porém, o conceito geral entra mais aspectos sustentáveis do que orgânicos em si, e é justamente neste ponto que ocorrem os equívocos como foi visto acima. Mas em como qualquer lugar sempre existem pessoas que perdem a essência da causa, e é neste grupo que encaixo aquelas com o discurso de superioridade e de se considerarem melhores por consumir orgânicos, ou seja, compra sem saber por que está comprando.

Mark Bittman no artigo “Eating Food That’s Better for You, Organic or Not” diz que muitos agricultores que realmente possuem uma cadeia sustentável e orgânica não possuem os recursos necessários para bancar todos os requerimentos do governo (no caso, americano). E outros não dão tanta importância a certificação por não a considerarem significativa. Justificam com: “quando você compra um orgânico não está apenas comprando um produto, você compra um estilo de vida que está comprometido em não explorar o planeta.” Mais uma vez a questão sustentável entra em cena.

Aqui no Brasil, a legislação é um pouco diferente para pequenos produtores com venda direta aos consumidores. Precisam seguir as normas, mas uma certificação não é obrigatória. Provavelmente é assim que funciona a feira de orgânicos organizada pela AAO (Associação de Agricultura Orgânica) lá no Parque Água Branca que pude conhecer, e fiquei só na vontade de comprar! Como é que eu ia trazer para casa? :/

Considerações

Por fim, sou muito a favor de produção orgânica e sustentável. Apenas desejo que seja feito de maneira transparente e sem deturpações, creio que estou no meu direito.

Espero que tenha deixado claro a minha real visão, sem nenhuma deturpação. :) Se forem jogar tomates e ovos, apenas orgânicos e caipiras, respectivamente. Grato. :D

Vitor Hugo

Mestre em Ciência de Alimento, Farmacêutico-Bioquímico e Gastrônomo. Atua como Produtor Gastronômico e Comunicador de Ciência. Criou o PratoFundo para ser o portfólio de gastronomia e ciência.

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15 Comentários (Deixe o seu!)
  1. luciana:

    achei o tema muito interesante mas uma coisa que eles nao fala das plantas que sao a basee organicas so as frutas

  2. Nina:

    No geral, é o que acontece com tudo que vira moda.
    Tantas pessoas hoje procuram a faculdade de gastronomia por esta razão. O mercado não consegue assimilar tantos formandos na área. Mas a imagem de “chef” parece elegante, chic. E sabemos que está anos luz de ser assim. Depois da tentativa do primeiro estágio, vêem a realidade.

    Orgânico e Biodinâmico são estilos de vida. Demorei para entender isso. Ontem mesmo eu estava conversando sobre o tema com uma amiga pró orgânicos. Ambas chegamos à conclusão que adoramos os produtos orgânicos, mas que ainda não estamos prontas para incorporar este lifestile. O preço é o item que mais me impede de consumir mais orgânicos.
    Os orgânicos estão passando pela regulamentação agora que os biodinâmicos foram descobertos. Tudo lento demais. Muito papel e pouca vida.

    bjo

  3. Luiza Coelho:

    VH,

    Eu entendo todos os seus pontos de vista e acho vc mais do que certo em questionar publicamente alguns pontos que sempre devem ser discutidos afinal é isso que faz as pessoas (e eu) a repensarem seus pontos de vistas e não se alienarem. Acho que “discussões” como essas são muito saudáveis e devem sim existir. Quem perde a paciencia, briga, fica nervoso, é pq ou tem culpa no cartório ou não sabe se espressar tão bem qto vc. Fiquei muito feliz com o passo que o governo deu em querer regulamentar os orgânicos justamente para não comprarmos gato por lebre. Mas se me perguntar o que tem por traz disso, se confio no governo é outra história. Infelizmente algumas empresas não tem responsabilidade e enganam as outras com mil informações erradas e boatos circulam sobre muitos assunto a torto e a direita (o da Monsanto mesmo foi e que na minha visão foi uma estratégia de viral para que a cartilha circulasse mais rápido pela internet com medo de que fosse recolhida). Meu irmão consome orgâncios de empresas que confio e de hortas de amigos (que é claro sei a procedência) e não é pelo fato deste produto ter mais nutrientes ou ajudar o meio ambiente mas é pelo simples fato de que ele faz uma dieta livre de gluten, caseína e metais pesados (produtos não orgânicos levam agrotóxicos com mercúrio em sua composição). Se as pessoas que vendem saúde soubessem o qto essa questão é séria e se a ética existisse no nosso país (e mundo), não precisaríamos de fiscalizações. Agora uma coisa tenho a declarar: odeio o termo eco-chato. Para mim que utiliza esse termo é alienado a necessidade de mudança que nossa natureza precisa. Quem dera se o mundo melhorasse: não só as plantas e animais mas principalmente as pessoas. COSCIÊNCIA JÁ

  4. Odete:

    Vitor Hugo, parabens pelo texto muito bem focado. Seu ponto de vista coincide bastante com a visao que tenho sobre esse assunto. Que alias me interessa muito.
    Existe uma grande bolha envolvendo pessoas que acham ‘status’ mencionar organico, ‘wild’, local, sustentavel, etc… eh tudo tao mais complexo. Agora que existe muita gente comprando gato por lebre… for sure!
    Btw, tomates e ovos organicos resultam numa bela omelete!!!
    ;>)

  5. Joyce:

    Prezado Vitor, seu comentário é bastante lúcido e imparcial, e agora tenho que dizer que atualmente ser “imparcial” equivale a ser tachado de “irresponsável/tonto/desinformado” pelos “ecodefensores do planeta”. Moro na Finlândia, onde impera a lavagem cerebral “verde verdíssimo” em detrimento do debate sério, a estas alturas totalmente banido da mídia.
    Pegada de carbono, sustentabilidade, animais tratados humanamente… ai, meu santo Aparecido, acudi-me porque esse anglicismos estão acabando com a minha paciência!
    Como diria o Casoy, é impressionante como tem tanta gente precupada com o chamado câmbio climático e que nem sequer sabem diferenciar tempo e clima.
    Seria interessante que os ecochatos/ecopreocupados/eco-seja-o-que-for se dedicassem a diversificar suas fontes de informação, que se arriscassem a sair da esfera Greenpiss-IPCC-Al Gore.
    Muitos dos argumentos pró-orgânicos não se sustentam (é mais gostoso, é melhor para a fauna e flora silvestres, é mais saudável que o convencional) de acordo com vários estudos feitos seja aqui, seja em outros países. No entanto, tão logo são publicados, vem a gritaria de que “esses estudos são falsos / foram pagos por multinacionais / são irrelevantes por isso e por aquilo”. Enfim, cada um ver o que quer ver e, como dizem os espanhóis, no se puede pedir peras al omo.
    Abs,
    Joyce

  6. mICHEL:

    A revista Época Negócios deste mês aborda este tema.
    Muito interessante… e concordo plenamente contigo e com o Edu, vamos fazer saladinhas ou melhor bruschettinhas com o tomate alheio.

    abs.

  7. Adriana:

    VH,
    Moro na Austrália e por aqui encontramos facilmente produtos orgânicos. Mas outro dia vi um negócio estranho… Uvas orgânicas dos EUA!!!!!!! Como assim? Poxa, perdeu todo o sentido, né? Compro orgânicos primeiro pelo sabor (sim, a carne tem um gosto melhor…) e segundo pq odeio a imagem de containers imensos sendo descarregados de navios cargueiros gigantescos… odeio pensar na quantidade de óleo jogada no mar… Portanto, pra mim, tem que ter consciência do que se está fazendo! Jamais compraria um produto orgânico que teve que ser importado, ó raios! :D
    Teu texto é muito bom, sua visão mais neutra da história esclareceu bastante coisa!

  8. Luiza:

    Olá Vitor!
    Já disse que gosto de como escreve, pois você consegue passar o que pensa de uma forma clara e justa.
    Também acredito que comida tem que ser honesta (não só a organica), muitas vezes melhor nem saber como as coisas são preparadas e cultivadas pelas empresas. Infelizmente vivemos em um país (mundo) que as pessoas só pensam em dinheiro e nada, absolutamente nada mais.
    Torço para ainda viver em um melhor, sem enganações e enrolações… e espero que isso não seja só ilusão.
    Abraços,
    Luiza

  9. Eduardo Luz:

    Vitor, esta é do meu ramo. E em nome da ramificação “orgânica” estão fazendo de tudo.
    Por enquanto, o que se vê, na maioria das vezes, são produtos tão raquíticos quanto caros !
    Tô com você e se jogarem tomates, vamos fazer uma bela salada ou quem sabe, um belo molho !!
    Abs.

  10. Clara:

    Eu achei o post bem claro e elucidativo ;.)
    E concordo com o seu ponto de vista. É realmente difícil saber “quão orgânico” é o produto que você está comprando, e os preços de alguns produtos está abusivo por demais.

  11. Claudia:

    Caro Victor,

    O título do artigo, caso você se anime em visitar o site da FAO é

    Low Greenhouse Gas Agriculture: Mitigation and Adaptation Potential of Sustainable Farming Systems

    é que a página tem muitos artigos…

    Claudia

  12. Claudia:

    Caro Victor,

    sua postagem levanta muitas questões importantes e não vou entrar em detalhes apenas frisar que a agricultura orgânica (aquele feita sem, ou com pouquíssimos, aditivos químicos) reduz os efeitos do aquecimento global e pode ser utilizada como meio de reduzir os gazes que causas o efeito estufa na atmosfera (GHG). Num país como o Brasil que está entre os maiores emissores de GHG, produzidos por conta do intenso desmatamento de florestas, a agricultura orgânica é uma alternativa viável para a redução dos GHG.

    Além disso no Brasil a agricultura orgânica está ligada a agricultura familiar e as pequenas propriedades rurais e o incentivo à agricultura orgânica só irá aumentar a produtividade da produção de alimentos e melhorar a qualidade de vida dos pequenos produtores rurais. Importante lembrar que a agricultura orgânica pode aumentar a produtividade em determinados regiões do planeta, como no caso do nordete do Brasil, e ajuda a combater a fome e o sub-desenvolvimento.

    Mas acho importante regionalizar os problemas. O que os EUA e a Europa decidem fazer não serve de referência para o Brasil nessa área, são interesses opostos. Os países tem realidades distintas e cada um desses países ocupa posições distintas nas cadeias produtivas e poluídoras do planeta. O Brasil é um produtor de commodities, exporta alimentos e combate o projeto “local” dos EUA e Europa que é protecionista e injusto. Mas isso é uma longa discussão.

    Outra coisa que pode te interessar é um artigo da FAO que comprova o que eu escrevi acima e que você acha no endereço (longuíssimo) abaixo. O artigo da FAO sobre os benefícios da agricultura orgânica foi publicado em abril de 2009 tendo como base as determinações do IPCC e prova que agricultura pode ser mais produtiva, reduzir aquecimento global, aumentar principalmente o sequestro de carbono da atmosfera sem demandar controle de natalidade algum de região alguma do planeta. O duro é combater o discurso das multinacionais do agro-tóxico.

    Outra coisa importante documentada pela FAO em muitos artigos é que “não tem essa” de poluição causada por transporte de alimentos. A agricultura como um todo é altamente poluídora, principalmente a chamada agricultura convencional baseada em fertilizantes e pesticidas e polui muito mais, mas muito mais mesmo, do que se for transportada de outro lado do mundo.

    Acho que você faz bem em enveredar por esses campos…

    Claudia

  13. Sputnicker:

    Igual a posição do Governo em relação à caça indiscriminada de tubarões para retirada da barbatana ( para venda para o mercado asiático).
    O governo proíbe, somente, que sejam jogados os corpos novamente no mar depois da retirada das barbatanas, obrigando o pescador a vender o tubarão como Cação nos mercados por um preço ínfimo de subproduto.
    Ou seja, para o governo matar animais em extinção não é problema, o problema é que eles sejam reintegrados no ecossistema para morrer…
    No final das contas, tubarão morre, e só.

    Em relação aos produtos orgânicos, é uma moda passageira para quem quer pagar por ela. No Brasil pode-se dizer que não terá os mesmos efeitos ambientalistas causados no exterior.
    Prefiro comprar tudo da horta que tem aqui perto de casa…

  14. Livio:

    É evidente que existem mistificações e deturpações comerciais, tanto do ponto de vista dos organicos como também dos produzidos em massa.
    Já ouvi todo o tipo de argumento entre os dois lados, mas alguns detalhes são importantes para se ressaltar.
    O item Aparencia, é algo que reduz muito o valor comercial (e não nutricional ou sabor) dos alimentos, salvo se estes forem organicos. E isto, claro, não é obtido só com água e sol, mas com uso regular tanto de técnicas de fertilização como de defensivos agrícolas.
    E no nosso caso, o uso destes defensivos é difícil também de ser mensurado, ou em outros termos – certificado. Assim como a diferença de remedio e de veneno é a dose, certamente em muitos produtos existe muito mais veneno do que o recomendável, até pela igual falta de fiscalização.
    Este acredito que seja o maior motivo para o uso de organicos, muito maior do que salve o planeta, ou seja ecologico. Especialmente em grupos mais sensiveis, como em gestantes ou bebes e crianças.
    Nada de posições extremadas, mas muito bom senso.

  15. Adri (Nadeshiko):

    confeso que não li todo o post, mas deu pra perceber sua posição. orgânico pra mim, de verdade, é aquilo que eu plantei e colhi. qm me garante que o q eu compro é orgânico só porque tem um selinho? legislação existe, mas ser humano para burlar regras é tão criativo quanto é para criá-las!
    parabéns pelo excelente post de utilidade pública! ;)