Resenha: “Nigella Bites” de Nigella Lawson

Resenha: "Nigella Bites" de Nigella Lawson

Segundo livro da Nigella editado no Brasil: Nigella Bites. Recebi como cortesia da Ediouro para que a resenha fosse feita.

A publicação quando foi lançada lá fora, podemos dizer, era um acompanhamento para o programa de TV que coincidentemente possuía o mesmo nome. Provavelmente se você já viu algum episódio no GNT, há boas chances que foi dessa série. Como diria Martha Stewart: um sinergismo de marca. E não tem nada de errado nisso, ao menos, não vejo.

É dividido em 10 partes, cada um contendo momentos que precisam de um tipo de comida específico. E o mais importante, o que dona Nigella gosta de comer e preparar.

Desse programa/livro específico que me lembre fiz apenas três receitas. Era para ter sido quatro. A primeira foi o chessecake de chocolate e limão, mas por problemas hídricos deu errado! Hahahah Entrou água na assadeira durante o cozimento, quem manda usar assadeira errada. Foi o caos… assim como o gosto. Mas isso foi a muito tempo atrás.

A segunda que não saiu da vontade, mas lembrei lendo o livro: pudim de geléia de gengibre e pão. Na época, até cheguei a comprar a única geléia de gengibre existente… porém, parei ali.

O produto era ruim, mas tão ruim… bom, tinha gosto de cânfora/mentol e nada de gengibre. A empresa foi bem legal (sim, eu reclamei! :P), entrou em contato, se prontificou em mandar outro exemplar que recusei veementemente! Que que eu ia fazer com dois pontes da mesma geléia em casa? hahahah Acho que vou tentar novamente, mas desta vez irei fazer a bendita geléia.

Já a terceira foi mais inspiração-lembrete, o tender cozido na Coca-cola. Tudo bem que para nós, brasileiros, isso não deve ser tão novo assim. É mais comum, ao menos já conhecia essa maneira de cozinhar a carne. Tentei ano passado, e realmente fica muito bom. E ninguém percebe que tem refrigerante.

E por último: o chocolate frito! Confesso, eu fiz. Tirando todo o nonsense da ideia, é quase um tempurá doce. Lembro que chegou a ser tópico de uma conversa no seriado Gilmore Girls, quando a Rory falou que queria a Nigella como mãe quando viu.

No geral, as receitas são fáceis ou são reproduzíeis com os nossos ingredientes. Alguns mais específicos podem ser mais difíceis de serem encontrados no país inteiro, principalmente aqueles importados ou sem um similar.

Para quem tiver o livro anterior ao “Bites” poderá estranhar a qualidade gráfica, o “Nigella Express” é superior em relação ao Bites. Talvez a explicação para isso seja a seguinte: na realidade, o Bites foi lançado lá fora em 2001, enquanto o Express é de 2007. Tudo bem que, aparentemente, as versões gringas são em capa-dura… já a brasileira é capa-mole.

A maior inconstância foi na tradução de alguns ingredientes, nada muito pertubador… exceto pelo double cream. Em algumas partes foi traduzido como creme de leite duplo ou creme duplo, por outras foi mantido no original. Além da explicação dada ser um pouco vaga: “creme de leite com alto teor de gordura ou creme de leite com mais alto teor de gordura que encontrar“, o que seria alto teor de gordura sem um parâmetro comparativo?

Em outras palavras, double cream é um creme de leite com teor de gordura acima de 48%. Essa quantidade toda, confesso, nunca vi. Apenas os de 45% que são bem pesados. Em algumas regiões do país, esse creme de leite “fresco” mais gordo é chamado de nata.

Mas talvez o que faria Mrs. Lawson olhar bem torto, caso soubesse, para a tal “essência de baunilha” e o “chef” no subtítulo.

Como já falei antes no blog, extrato e essência são coisas bem diferentes aqui no Brasil. Quem acompanha ou já viu algum episódio sempre a vê usando extrato, jamais essência. No livro, foi colocado essência. Ok, ok… acredito que tenha sido adaptação, pois extrato não é vendido de maneira significativa (existe uma marca, mas tenho várias suspeitas que não seja extrato de fato).

A própria já disse não ser chef (e reforça isso no prefácio), apenas uma pessoa que gosta (muito) de comer e cozinhar. Então, faltou um pouco de coerência. Entendo que ter a palavra chef chama muito mais atenção, mas temos que nos lembrar sempre: chef em francês é chefe, ou seja, você é chef quando está numa posição de chefia dentro da cozinha, você é o cozinheiro com a maior responsabilidade ali.

Em todo o caso, a publicação é um desbunde de receitas bem tentadoras além das fotos feitas por Francesca Yorke. Quem for fã ou gostar do estilo descomplicado da Nigella terá um ótimo livro em mãos.

Resenha: "Nigella Bites" de Nigella Lawson

Nigella Bites de Nigella Lawson
Editora Ediouro – 243 páginas, 2009
Preço médio: R$63,30.

Compromisso com a verdade.
Vitor Hugo

Mestre em Ciência de Alimento, Farmacêutico-Bioquímico e Gastrônomo. Atua como Produtor Gastronômico e Comunicador de Ciência. Criou o PratoFundo para ser o portfólio de gastronomia e ciência.

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8 Comentários (Deixe o seu!)
  1. Suellen:

    Essa é a resenha?
    Ham, achei que isso se chamasse comentário… Aliás, achei alguns comentários bem pertinentes, também reparei neles.
    Mas concordo com uma colega aí em cima que disse que o livro não a apeteceu… ‘maleporcamente’ me interessei no Bolo Fudge… outras coisas me passaram… além de ser um atentato às veias! ahhahaha
    Bom, mas isso eu já sabia, que a Nigella não economiza calorias e nem colesterol MESMO. O livro escorre gordura, e olhe que eu sou uma gordinha comilona… Mas algumas me deixaram culpada só de pensar em fazer…
    Abraço

  2. moranguita:

    e uam maravilha esse livro-.
    ainda nao tenho mas adorava.
    beijinhos

  3. Isabel Furtado:

    Oi Vitor!
    Bom, desde que ganhei o Express aqui no Prato Fundo já usei inúmeras vezes.
    Nesse domingo mesmo minha irmã resolveu fazer um almoço todinho com receitas do livro! MUITO BOM!
    O aniversário dela está chegando e agora estou na dúvida de qual compro para dar de presente para ela.
    Beijos

  4. Bibi:

    Oi Vitor, não vamos botar a culpa na edição brasileira, porque a edição do How to be a Domestic Goddess americana que eu tenho aqui é capa mole. A versão capa dura inglesa era bem mais cara. Eu dei uma olhada lá na FNAC nesse livro e não me atraiu tanto quanto o outro livro de baking dela que eu comprei. Mas assim que sobrar um tanto eu penso em comprar esse (antes preciso comprar o express). Se as receitas forem tão boas quanto as do livro que eu tenho tudo dá certo. Pelo menos todas que eu tentei, e olha que foram muitas, deram certo.

    Beijinhos e obrigada pela resenha ;)

    Bibi

  5. Cacau:

    Eu adorei o Express, mas depois de ver extamente esse lance da tradução do Double Cream, resolvi comprar a versão original pela internet. Com frete e tudo sai o mesmo preço. Pra quem entende um pouquinho de inglês, acho que vale muito a pena!

    Bjao!

  6. Juli:

    Vc gostou mesmo do Nigella Bites??? Mesmo? rs
    Confesso que sou uma rata de livros de culinária, por isso antes mesmo do lançamento, eu já tinha encomendado o meu.
    Tal como a Ana (1o. comentário), eu tb não gostei. E não foi pela qualidade gráfica, minha imaginação é mto fértil … rs
    Simplesmente nada me apeteceu. Já estou considerando em dar o livro pra alguém. Uma pena. Ah e qdo o livro chegou em casa, abri e vi que era de capa mole, broxei. Parece brincadeira, mas é verdade. O Express é tão bonitinho … O Bites perto do outro parece uma publicação de banca de jornal. Aff, tô azeda hj … rs
    Já o Express, eu amo de paixão. Eu já fiz várias e já tenho algumas outras na lista …
    Qdo será que eles vão lançar outro da Nigella em português??? (essa preguiça de traduzir – mesmo que mentalmente – ainda me mata …)

  7. Amanda:

    Eu quero muito o express. Muito mesmo… quem sabe o papai noel não me dá de presente?

  8. Ana Matusita:

    Ganhei o ‘Nigella Express’ de aniversário, mas não me animei com ‘Nigella Bites’ exatamente pelo que vc falou: falta qualidade gráfica.
    Acho que sou do tipo que gosta de começar a comer com os olhos…
    Bj