Resenha: Mangá “Gourmet” de Jiro Taniguchi e Masayuki Qusumi

Resenha: "Gourmet" de Jiro Taniguchi e Masayuki Kusumi

Não se trata de um livro… bom, não da maneira convencional. “Gourmet” (Editora Conrad) é um mangá tendo como tema comida! :D Só para situar, mangá são os quadrinhos japoneses. Guardada as devidas proporções faz as vezes de gibi lá no Japão e outros países asiáticos.

Soube da dica através do twitter (e depois ainda perguntam se a ferramenta tem utilidade) durante as conversas cruzadas da Adriana (Dri Kanten), Andrea (Superziper) e Nathalia (Bistropregui). Conversa vem, conversa vai… ou melhor, em tweet aqui e ali, encomendei o meu.

O título original é Kodoku no Gurume (Gourmet solitário) que diz muita coisa sobre o personagem principal. Primeiro de tudo, não sabemos o seu nome! No decorrer dos 18 capítulos que possuem nome da pratos típicos japoneses, além de estar situado em alguma região do Japão (principalmente de Tóquio) não é citado nenhuma vez.

As poucas coisas que ficamos sabendo durante a leitura é: ele come muito (mas muito mesmo), é comerciante-importador e já morou em Paris. E claro, está sempre com fome, hahahahah.

Dentro da minha pieguice de ver o mundo da comida, percebo que o personagem possui um legítimo apreço pela comida, é realmente um gourmet. Mas sem ser “afetado”, quero dizer, come de tudo sem muitos pudores. Como por exemplo, no capítulo dedicado a comida de loja de conveniência, ele come carne enlatada (tipo Spam) com gosto! :O Particularmente, nunca comi… mas fiquei tentado em experimentar, :P

Dependendo de como você encara a comida poderá se identificar (e muito) com algumas passagens do personagem. Quando ele está com fome e fica divagando sobre o que irá comer, começa a fazer/pensar aquelas onomatopéias de comida: nham, nhac e afins. E não sei quem faz isso… :x (leia-se: eu). Outro detalhe, será impossível você não ficar com fome durante a leitura.

Olha a loucura da criatura, num dos capítulo tem gyoza como prato. A hora já era avançada, fui para cozinha deixar a massa de gyoza descongelar para no dia seguinte fazer. Graças que havia um pacote no congelador.

Tudo bem que nem metade dos nomes dos pratos eu sabia o que era, ainda bem que no final existe um glossário com a explicação. :D Se você gosta de comida e mangás (ou a cultura japonesa em geral), acredito que gostará da publicação. O lado “negativo” é ficar com vontade de experimentar os diferentes pratos mostrados! hahahahah

p.s. 1: não sei por que o sobrenome do Masayuki foi romanizado com Qu ao invés de Ku.
Agora eu sei! Segundo Drik (a tradutora! :O): “Simplesmente, o autor assina seu nome com o simpático uso do Q no lugar do usual K, por livre e espontânea vontade e criatividade.”

p.s. 2: o hashi e a esteira de bambu não acompanham o mangá, só para deixar claro.

Gourmet (Kodoku no Gurume) por Jiro Taniguchi e Masayuki Qusumi
Editora Conrad – 198 páginas, 2009.
Preço médio: R$27-35 reais.

Vitor Hugo

Mestre em Ciência de Alimento, Farmacêutico-Bioquímico e Gastrônomo. Atua como Produtor Gastronômico e Comunicador de Ciência. Criou o PratoFundo para ser o portfólio de gastronomia e ciência.

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8 Comentários (Deixe o seu!)
  1. eduardo:

    ola, acabei de ler o Gourmet, comprei numa loja de livros usados,imagina!!! acho que congrega o jeito de ser japones com sua preocupação pela laimentação, o “herói” é uma pessoa comum, com suas lemranças e medos”!! recomendo a todos que gostam de comida japonesa,
    abraços
    p.s, gostei do blog!!!

  2. Rômulo:

    Boa noite,
    Seu Blog é ótimo, descobri esse mangá em uma banca de jornal no metrô voltando do trabalho. O mangá tava caído no chão e só tinha um exemplar, ou seja, tive que comprar já que sou fascinado pela culinária oriental. Tive uma enorme surpresa com a narrativa da história e em certos momentos me identifiquei com o personagem. Mas achei uma coisa estranha: Ele come muito!!! Naquele lanchinho que ele faz durante o trabalho na madrugada TEM MUITA COMIDA… Aquele “banquete” dava pra mim comer durante 1 dia inteiro. Eu fiquei curioso também com a garrafinha de leite com sabor de melão que ele toma no parque #euquero!
    PS: Vim parar aqui no seu site através de um Link no site da Cinara.

    Abraços,
    Rômulo Almeida

  3. Anna:

    Tinha visto você comentar sobre o livro no Twitter e acabei comprando da última vez que fui na livraria… Mas ainda não li =(
    Aproveitando o comentário, você já viu esse site? http://www.fancyfastfood.com/
    Podia fazer uma “versão brasileira”, já que vocês estavam falando de trash food no podcast!

  4. Dri Simizo:

    Ler o mangá de noite depois depois de ter jantado há horas é uma tortura!! Vc passa fome! Mesmo pq na sua geladeira não tem o que o personagem está comendo!!
    Realmente o capítulo da loja de conveniência mostra o qto ele é louco por comida!! E aquele “nhac” na carne enlatada de cavalo??

  5. andrea:

    Ah dá gosto de ver ele comendo no mangá. Ele sabe apreciar uma iguaria fina mas também manda ver no sanduíche de milanesa com mostrada, que é coisa de macho, hehe.

    Eu já comi carne enlatada ´Kitut´ quando era criança. Lembro que achei gostoso. Ouvi falar que no Japão´é comum fatiar a carne e dar uma grelhada na frigideira e temperar com shoyu, pra comer com arroz branco. Agora kitut de cavalo eu não encararia não.

    E sabe o que eu achei mega engraçado ? O personagem comer fazendo ´hof hof ´ !

  6. Drik:

    Meu caro,
    Quanto a sua dúvida em relação à romanização do nome do autor, não há nenhuma discussão complicada envolvendo gramáticas e linguísticas.
    Simplesmente, o autor assina seu nome com o simpático uso do Q no lugar do usual K, por livre e espontânea vontade e criatividade (e provavelmente necessidade de se diferenciar da mentalidade da maioria japonesa, condicionada a padronizar).
    Visite o homepage dele se quiser checar.
    http://www.qusumi.com/
    Palavra da tradutora.
    Um abraço.
    D.

  7. Adri (Nadeshiko):

    também acompanhei essa conversa das meninas no Twitter e esse “livro-mangá” está na minha lista de próximas leitura, ainda mais depois de ter lido essa sua resenha!
    acho q essa questão da romanização do kanji é bem complexa mesmo. uma personagem de mangá/anime que eu adoro originalmente é kagomê e deixaram na dublagem (no mangá eu não tenho certeza) como agumi (paroxítona). não é difícil de entender. é por causa da cacofonia! realmente, pra qm não entende da tônica do japonês e não consegue dissociar dos sentidos da nossa língua portuguesa, não é bom mesmo manter! espero ter sanado essa sua dúvida! ;)

  8. Joelma:

    Vitor Hugo,
    Coincidencias nao existem. Eu acabei de escrever pedindo por mais resenhas… Se a intencao do seu texto também é a de deixar seus elitores com apetite, vc conseguiu. Acredito que muita genta tem relacao com comida vai muito além de ter apetite ou nao. Enquanto muitos sao capazes de falar de comida apenas quando tem apetite. Parabéns. Texto leve, saboroso. Joelma