De tempos em tempos recebo a questão que dá nome para o artigo. Normalmente sugiro a leitura do texto da Claudia Regina: O guia da Fotografia de Comida que faz tabelinha com um artigo da casa: Fotografia de Comida. Como ela é fotógrafa, consegue falar com mais propriedade sobre o assunto.
Entretanto, resolvi falar novamente um pouquinho sobre o tema. Dando o ponto de vista de quem é, afinal, um aprendiz e praticamente um amador na área.
As máquinas digitais evoluíram bastante nos últimos anos. O fator quantos megapixel deixou de ser tão decisivo assim, existem outros pontos que contribuem mais para o resultado final.
Já tive algumas câmeras, no total foram 4 somando com as atuais. Quando o PratoFundo começou usava uma Sony Cybershot P93 (5.1 megapixel) que na época era regular-mediana em questão de qualidade. Tudo bem que analisando as fotos hoje, fico com muita vergonha-alheia-própria.
Tive a chance de migrar para um equipamento mais parrudo e flexível, uma Canon Rebel XTi/EOS 400D (10.1 megapixel) Canon Rebel T4i (18 megapixel) sendo a principal em uso. Além, há outra Canon: PowerShot SX200IS (12.1 megapixel), considerada uma compacta super zoom (12x ótico).
Sem falar as cameras do celular e do tablet. Afinal, dizem que a melhora camera é aquela que está com você.
Como já comentei, a quantidade de megapixel não é tão importante hoje em dia, coloquei o valor para ilustrar o conceito geral. Quando comecei a usar digitais até importava. Mas hoje, qualquer celular mediano vem com uma câmera de 5 megapixel. E recentemente (meados de 2012) saiu no mercado um celular com câmera de 41 megapixel.
Só para deixar claro: não, a Canon não me pagou nada para falar sobre isso. Mas bem que podia. Ou mandar um lente da linha Luxury!
Canon Rebel XTi
Era considerada uma prosumer quando a comprei, ou seja, seria a porta de entrada para quem gostaria de um equipamento mais profissional. Não é tão profissional assim, porém tem características que vão além do uso-médio.
Posso dizer que é um equipamento antigo, foi lançada em 2006. Isso no mercado internacional. Para uma análise mais técnica recomendo: Canon EOS 400D / Digital Rebel XTi/ Kiss X Digital Review.
Por que optei por ela? Depois de muito ler, buscar informações e fazer referências cruzadas. Na época era o modelo que a maioria dos foodbloggers gringos tinham ou tiveram. Posso dizer que no meu caso, tive sorte.
Comprei o equipamento usado, melhor dizendo, quase não usado. O antigo dono usou por pouco tempo e resolveu vender por um preço ótimo. Como já conhecia o vendedor e sabia dos cuidados, adquiri sem medo. Isso há… 3, quase 4 anos atrás.
Prós
- Por ser uma dSLR consigo trocar lentes, existe uma infinidade de modelos
- Várias funções manuais
- Sensor um pouco maior e sensível a luz
- Arquivos em RAW (sem compressão)
Contras
- É grande e depois de certo tempo começa a pesar
- A troca de lentes! Quando é feita, o interior da câmera fica exposto e se qualquer partícula entrar não é nada legal
- Se acostuma a fotografar olhando pelo visor (igual das câmeras antigas) quando pega uma sem, parece que tem um hipopótamo na mão
- Arquivos RAW são bem grandes
- Preço, o investimento é alto
Praticamente todas as fotos do Prato são feitas com ela. Junto com uma lente Canon 50mm f/1.8 AF II (comprada a parte). É a lente mais barata com uma boa claridade (o f/1.8), devido a isso que consigo fazer o efeito de fundo desfocado (blur/bokeh). Além de conseguir fotos com alguma qualidade em ambientes não tão bem iluminados.
Canon Rebel T4i
Entre a Rebel XTI e T4i existiram várias cameras. Como disse antes, XTi saiu em 2006, já T4i em 2012. Em seis anos de separação muita coisa pode acontecer e como aconteceu! Novos modelos full frame (leia-se cameras digitais com sensor do mesmo tamanho do filme analógico, 35mm), capacidade de gravar videos, cameras sem espelho e assim vai.
Acabei decidindo pela T4i pelo conjunto da obra e preço, sempre ele. A capacidade de gravar videos em alta resolução (full HD: 1920x1080px) era imprescindível e uma nota a mais seria o visor ser móvel. Nesse filão de características há muitos modelos, alguns mais novos e outros nem tantos.
Boa parte dos prós e contras continuam o mesmo. Devido ao aumento dos megapixels e a possibilidade de gravação, o cartão de memória precisa ter uma capacidade grande e velocidade de gravação alta.
Utilizo um Sandisk Extreme SDHC I de 32GB classe 10 (45MB/s). Essas características são importantes, pois os arquivos gerados são grandes. Uma foto gira em torno de 25MB e video curto pode passar os 1GB rapidamente.
Já a velocidade é mais importante para os videos, se forem lentos parte do video não é gravada e há perda de informação. O resultado é um video “picotado” (com drop frame, com frames faltando).
Canon PowerShot SX200IS
Adquiri uma segunda máquina por dois motivos: tamanho e videos. A análise técnica detalhada: Canon PowerShot SX200 IS. Essa linha Powershot da Canon é o equivalente Cybershot da Sony.
A Rebel por ser mais trambolhuda não é tão prática ficar carregando por aí. E também como medida de precaução, o custo dela é bem maior caso fosse necessária uma reposição.
Escolhi esse modelo específico de Powershot: grava videos em alta definição (720p), zoom real de 12x e possui modo macro para fotografar detalhes bem próximos. Considerada uma compacta super-zoom. Não é tão pequena quanto as do mesmo nicho, mas cabe no bolso, literalmente.
Quando comparada com a Rebel (ou qualquer modelo mais parrudo): a qualidade da foto é diferente, a falta de opções manuais e não trocar a lente.
Como decidir?
Mostrei dois diferentes e com propostas diferentes. Agora, para ficar com menos dúvidas duas perguntas essenciais devem ser respondidas:
- Quanto pretende gastar?
- Qual o propósito da nova câmera?
Tendo as respostas já é um grande passo. Como havia dito, variedade é o que não falta. Formatos e tecnologias novas apareceram. Com toda certeza vai existir uma que se encaixa ao seu gosto.
O limite custo será o principal fator, ao meu ver. Existe equipamento de todos os preços, de verdade. Com relação custo-benefício interessantes. E optando por uma dSLR (ou outros formatos que permitam a troca de lente), é um detalhe a ser analisado. Uma lente macro consegue ser mais cara que a própria câmera em si.
Já o propósito… busquei a troca de equipamento, pois queria e ainda quero evoluir na fotografia. Aprecio bastante essa área e seus profissionais. E acaba mesclando um pouco com o food styling.
Adquirir um equipamento de ponta e cheio de opções, mas ficar apenas no básico e no modo automático faria jus a compra, percebe? Saber o usar o que se tem nas mãos é muito importante, colocar em práticas todas as possibilidades oferecidas pela câmera.
O resultado final da foto é a soma da sua técnica (olhar, sensibilidade, estética) com o equipamento. A câmera sozinha não vai fazer milagre. Já vi fotos incríveis vindas de modelos bem simples.
Ficar em dúvida entre alguns modelos é normal. Para isso a melhor coisa a fazer é analisar as fotos produzidas, recomendo a busca por câmeras do flickr. Lá você consegue ter uma base excelente. E resenhas podem ser úteis, as feitas pela CNET são bacanas por serem em video, assim, a gente consegue ter uma ideia do tamanho.
Por questões de praticidade e facilidade, quanto as marcas sugiro ficar com as mais conhecidas do que com as obscuras. Quero dizer, com menos informações.
Precisando de outras informações ou tenhas dicas, caso a gente puder ajudar, fale nos comentários!
Ansioso pelas dicas de iluminação!
bacana!
aproveita e inclui no post tuas dicas de iluminação ;)
abs
@Jonatas: calma, calma. Uma coisa de cada vez, heheh
Parece que o artigo “Série 101 – Fotografia de Comida” sumiu…
@Cesar: obrigado pelo aviso! O link do post estava incorreto, já consertei.
Eu sempre usei cybershots.