Netflix com PF: Chef’s Table Pastry (Confeitaria), Crítica

[Video: Netflix com PF: Chef’s Table Pastry (Confeitaria), Crítica]

Depois de falar tanto sobre a tão aguardada quarta temporada do Chef’s Table Pastry (Confeitaria), terminei de assistir! Como o nome já diz, ela foi focada na confeitaria com chefs que trabalham no incrível mundo de criar pratos doces em geral.

O estilo segue o mesmo padrão das temporadas anteriores: muitas tomadas bem no food porn para deixar a gente com muita fome associadas com a música clássica.

Os doces, novamente, servem como plataforma para os chefs selecionados contarem a sua história e a relação que possuem com a comida. E neste caso, os pratos doces. Estou tomando cuidado de não chamar de sobremesas, pois nem tudo (eu creio) se encaixa como tal.

Chef’s Table Pastry: Christina Tosi

Do elenco selecionado, eu já conhecia alguma coisa antes é a nossa querida Christina Tosi do Milk Bar e Jordi Roca do restaurante El Celler de Can Roca.

A Christina, eu creio que conheci por causa do David Chang ao pesquisar sobre o império do Momofuku, o Milk Bar faz parte dele. Já o Jordi, ele já veio para o Brasil algumas vezes para participar do Semana Mesa SP da revista Prazeres da Mesa.

Parte do que a Christina falou no episódio dela, eu sabia de antemão por já a conhecer o trabalho dela anteriormente. Mas a maneira como o negócio cresceu nesses anos todos, eu realmente não tinha idea. Além da parte mais pessoal e as escolhas que ela fez durante esse caminho.

Vale dizer que ainda quero fazer várias receitas da Christina, a principal delas é a Crack Pie. Mas um dos ingredientes necessários não tem no Brasil: milho liofilizado. E não, gente, não é a mesma coisa que polenta.

Chef’s Table Pastry: Jordi Roca

Foto: Margaret Stepien / Netflix

Ah, Jordi! Dos quatros, tive a oportunidade de assistir uma palestra quando passou pelo Brasil anos atrás. Naquela época (2009), ele ainda não estava com o problema de laringe e conseguia falar normalmente. Essa nova condição dele, eu não sabia mesmo. Fiquei com dó, deve ser bem difícil mesmo.

O pensamento gastronômico é um tanto quanto diferente dos demais, por ser mais jovens e ter a influência das técnicas modernas. O que me marcou quando o vi palestrar, foi o planejamento do prato ir além da receita apenas. Algo que geralmente é mais associado aos chefs da praça quente.

No episódio mostrou o prato Lactic feito a base de leite de ovelha, mas o que não foi dito: a porcelana usada para servir tem uma função especial, ao comer a colher bate nela e o som gerado é para remeter ao sinos usados pelas ovelhas no pasto. Sim, o prato foi feito especificamente para esta criação.

Outro exemplo dessa modernidade, é o rotavapor usado para preparar a água de terra no prato Rainy Forest. O equipamento é mais comum em laboratórios do que em uma cozinha até então.

Chef’s Table Pastry: Corrado Assenza

Foto: Charles Panian / Netflix

Agora o Corrrado Assenza e Will Goldfarb, eu não os conhecia até então. Quer dizer, eu acho que o Will escutei alguma coisa sobre o Room 4 Dessert, mas não sabia de quem era. Ou talvez, por ele ter trabalhado no elBulli. Não consigo decidir onde.

O conceito de ambos são bem diferentes.

Corrado é focado em sobremesas geladas, no geral. Fiquei bem interessado nos sabores de ricota com pistache, parece ser uma combinação inusitada e ao mesmo tempo tão certeira. Sem falar no sorbet de amêndoas. Pena que ambas as ideias são bem caras aqui no Brasil, né? Pistache e amêndoas não tem um preço assim… convidativo.

Will em um restaurante de sobremesas que seria o meu sonho de princesa. Devo confessar que, às vezes, quero ir em um restaurante apenas para comer a… sobremesa. Sim, eu julgo o lugar sempre pela sobremesa.

A história do Will mostra como esse mundo da gastronomia não é um lugar fácil, e é um negócio. Todos os altos e baixos que ele enfrentou durante a carreira não é um assunto que nós vemos muito por aí. Apenas a parte bonita do glamour, que sim, existe. Mas não deveria ser visto como principal.

Chef’s Table Pastry: Will Goldfarb

Foto: Martin Westlake / Netflix

A fórmula da série continua a mesma, não senti nenhuma mudança em si para ser sincero. Mas por abordar um assunto muito mais próximo de mim (em tempo: apesar de ser cozinheiro, eu tenho um apreço muito maior por confeitaria), consegui me relacionar mais com essa temporada do que com as anteriores.

Vale a pena assistir? Eu acredito que sim, ainda mais para quem quer entender um pouco mais sobre os criadores do que as criaturas criadas. E perceber que, sim há glamour, assim como as derrotas durante uma carreira.

[Video: Chef’s Table Confeitaria – Trailer]

Vitor Hugo

Mestre em Ciência de Alimento, Farmacêutico-Bioquímico e Gastrônomo. Atua como Produtor Gastronômico e Comunicador de Ciência. Criou o PratoFundo para ser o portfólio de gastronomia e ciência.

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3 Comentários (Deixe o seu!)
  1. Isa Briotto:

    Oi! Adorei a sua visão sobre a série, eu maratonei toda as temporadas, mas por atuar mais na confeitaria, também senti essa conexão maior nessa temporada. Eu tô pesquisando uma forma de fazer uma Crack Pie, mas não tá fácil hehe.

    Sucesso Vitor! Bj

  2. gleicischiavo:

    Olá querido! amei a série! Quais confeiteiros vc acha que vale a pena conhecer além desses? outra coisa, vi sua adaptação do bolo e vi que vc substituiu a gordura vegetal por óleo. teve algum fato vc ter substituído por óleo e não manteiga? Pois acredito que a manteiga agregue mais sabor. bjs

    1. Vitor Hugo:

      Dá aquela lida novamente na receita original e na minha versão… acho que misturou as coisas, ;)